sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Quilombo - Mandira

 

Q U I L O M B O

GASTRONOMIA - PRATO TÍPICO

Todo prato típico tem um segredo, no prato Mandirano não é diferente, segundo dona Irene Candida Mandira Coutinho no prato Mandirano o toque especial é a cebola, o alho, o cheiro verde e em especial a favaquinha.

 

Alfavaca = favaquinha

 

Favaquinha é uma erva tradicional da comunidade que os próprios moradores cultivam.

 

Segundo ela, o principal segredo é fazer a comida com muito amor.

 

O palmito pupunha, também utilizado no prato Mandirano é também cultivado no próprio quilombo, eles cortam, preparam e servem.

O prato Mandirano vem desde o começo do restaurante, e todos os clientes gostam bastante desse prato e também da farofa de ostra.

 Antigamente os ancestrais de Dona Irene iam para o mangue e não tinham muitos recursos e nem maneiras de transportar as suas refeições para lá.

Então eles levavam a farinha para o mangue e pegavam a ostra, faziam uma espécie de fogueira, assavam a ostra, misturavam a farinha e comiam.

Ao montar o restaurante, dona Irene se inspirou nas histórias do seus ancestrais e criou a tão amada farofa de ostra, com todos os seus toques especiais, é uma receita inspirada em seus antepassados.

No cardápio do restaurante tem também o pastel de ostra, que é um prato muito famoso na região, turistas saem de suas cidades para experimentar o tão famoso.

Esse quitute foi criado por dona Irene e sua colega chamada Adriana.

A demanda do pastel de ostra se deu através da Festa da Ostra, onde elas precisavam criar receitas para vender na festa.

E assim também tem a torta de Ostra também criada por dona Irene.

Em seu restaurante quem faz história é a ostra, é o carro chefe do restaurante.


 FESTAS TRADICIONAIS

A festa tradicional da comunidade, é a festa de Santo Antônio, a mesma teve seu inicio a há muitos anos atrais, quando a comunidade se formou e deram inicio assim ao processo de evangelização, com a ida do padre para a comunidade.

O padroeiro da comunidade do Mandira é Santo Antônio, que foi carinhosamente escolhido para esse papel.

Então os membros da comunidade começaram então a festejar o dia 13 de junho (DIA DE SANTO ANTÔNIO).

A festa antigamente era bem diferente de como está nos tempos atuais, antigamente não visavam o lucro nem o comércio, era simplesmente um momento para homenagear o Santo, onde os membros do quilombo se juntavam em comunhão com as comunidades convidadas, e faziam assim uma grande confraternização.

Os moradores do Mandira se preparavam o ano todo para trazer no dia da festa um pouco do que produziam e formar assim um grande banquete para todos os presentes.


 Todos comiam e em seguida era feita a oração, que é tradicionalmente o terço cantado (oração bem antiga e tradicional da comunidade).

Após a parte religiosa, todos iam para o fandango e viravam a noite dançando.

Hoje em dia é uma festa bem animada, fazem quermesse, bingo e a parte recreativa com os torneios. E ainda arrecadam fundos para manter a igreja da comunidade.

A festa de Santo Antônio tem mais de 250 anos de existência, segundo Sidnei Coutinho, a comunidade tem uma imagem de Santo Antônio de madeira, que segundo ele são peças super antigas e acompanham a comunidade desde os primórdios.

A tradição do terço cantado, vem desde muito antes da ida dos padres para a comunidade.

Os negros antigos começaram a fazer o terço com a figura de um capelão do terço


Capelão (pessoa que conduzia a oração).

É uma tradição bem antiga, que o Quilombo do Mandira tem viva até os tempos de hoje.

Hoje em dia a comunidade tem um DVD e um livro com as musicas e cantos dessas orações que compõem o terço cantado, gravadas e escritas através de parcerias.


 FESTA DA OSTRA:

 A festa não vem de antigamente, mas é uma alternativa que os membros da comunidade acharam para levar as pessoas para conhecer a comunidade, e ver/usufruir de tudo o que ela tem a oferecer.

Então eles criaram a festa da ostra como um meio para venderem seus produtos, divulgar seus trabalhos, etc.

A primeira festa foi no ano de 2007 com o intuito de divulgar os pratos que eles desenvolveram com os ingredientes que eles mesmo cultivam.

A festa começou bem pequena, na questão de infraestrutura, a comunidade não tinha apoio do poder publico municipal para desenvolver as atividades, então os membros corriam atrás de parcerias, com empreendedores do comércio local para conseguir dar o mínimo de conforto para os visitantes.

E com o passar dos anos o apoio foi diminuindo, a festa foi necessitando de estruturas de grande porte, e os membros da comunidade não estavam conseguindo apoio para tal.

Foi assim que a festa da ostra se findou, sua ultima edição foi no ano de 2011.

 Essa foi a motivação que fez com que o Silnei e o seu Chico abrissem o RestauBar Ostra e Cataia, pois os fregueses ficaram encantados com a beleza natural do local e com a comida servida a eles, e sempre perguntavam, porém eles ainda não tinham um espaço físico para atender os clientes, pois trabalhavam nas festas da comunidade, e assim abriram o tão famoso RestauBar do Mandira.

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