sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Projeto “O Registro da Cultura Caiçara pelos Olhos da Juventude” realiza live neste sábado, dia 04 de dezembro

 Live de finalização do Projeto será transmitida ao vivo pela página do  facebook do Projeto



O Projeto “O Registro da Cultura Caiçara pelos Olhos da Juventude” está finalizando suas ações e os jovens de cada segmento: Pesca Artesanal, Religiosidade Católica, Fandango Caiçara e Módus vivendis Quilombola estarão apresentando o resultado do trabalho em uma live, que será transmitida ao vivo pela página do facebook do Projeto, neste sábado, dia quatro de dezembro, às 14h, para assistir, basta acessar: https://www.facebook.com/O-Registro-da-Cultura-Cai%C3%A7ara-pelos-Olhos-da-Juventude-104822661879940.

O Projeto criou um inventário dos costumes caiçaras, porém com o olhar da juventude, com vistas a perpetuar a cultura caiçara, sendo que todo o registro do trabalho está colocado no blog (https://vivenciascaicarasejuventude.blogspot.com/) e no facebook do Projeto.

O Projeto “O Registro da Cultura Caiçara pelos Olhos da Juventude” tem como objetivo principal contribuir para a manutenção das manifestações culturais caiçaras de Cananéia, sendo elas o Fandango Caiçara, a Pesca Artesanal, o Módus vivendis Quilombola, a Religiosidade Católica e a gastronomia que está inserida nos quatro segmentos; tendo como objetivos específicos:

- O registro destes costumes em um acervo digital sobre cultural local.

- A inserção de jovens em tais práticas;

- A perpetuação dessas manifestações, através da elaboração de uma plataforma virtual.

- A oportunidade do reconhecimento identitário cultural nos jovens, fazendo com que eles se sintam parte atuante desta história.

- A elaboração de uma plataforma virtual para a inserção do inventário.

O Projeto “O Registro da Cultura Caiçara pelos Olhos da Juventude” realizou uma pesquisa in loco e virtualmente, com a participação efetiva de quatro jovens da comunidade, que durante dois meses realizaram intercâmbios junto aos grupos e/ou coletivos do qual fazem parte, falando, entrevistando e fazendo captação de imagens sobre as manifestações supracitadas tendo, também, a orientação da equipe técnica, que contém um jovem em sua composição, realizando uma coletânea com um olhar inovador, sobre cada manifestação.

Os dados coletados foram inseridos no blog do Projeto, como registro das ações e perpetuação das tradições e costumes. Durante a live serão realizadas entrevistas com os jovens participantes, onde eles irão expor toda aprendizagem adquirida referente ao trabalho desenvolvido.

Quilombo - Mandira

 

Q U I L O M B O

GASTRONOMIA - PRATO TÍPICO

Todo prato típico tem um segredo, no prato Mandirano não é diferente, segundo dona Irene Candida Mandira Coutinho no prato Mandirano o toque especial é a cebola, o alho, o cheiro verde e em especial a favaquinha.

 

Alfavaca = favaquinha

 

Favaquinha é uma erva tradicional da comunidade que os próprios moradores cultivam.

 

Segundo ela, o principal segredo é fazer a comida com muito amor.

 

O palmito pupunha, também utilizado no prato Mandirano é também cultivado no próprio quilombo, eles cortam, preparam e servem.

O prato Mandirano vem desde o começo do restaurante, e todos os clientes gostam bastante desse prato e também da farofa de ostra.

 Antigamente os ancestrais de Dona Irene iam para o mangue e não tinham muitos recursos e nem maneiras de transportar as suas refeições para lá.

Então eles levavam a farinha para o mangue e pegavam a ostra, faziam uma espécie de fogueira, assavam a ostra, misturavam a farinha e comiam.

Ao montar o restaurante, dona Irene se inspirou nas histórias do seus ancestrais e criou a tão amada farofa de ostra, com todos os seus toques especiais, é uma receita inspirada em seus antepassados.

No cardápio do restaurante tem também o pastel de ostra, que é um prato muito famoso na região, turistas saem de suas cidades para experimentar o tão famoso.

Esse quitute foi criado por dona Irene e sua colega chamada Adriana.

A demanda do pastel de ostra se deu através da Festa da Ostra, onde elas precisavam criar receitas para vender na festa.

E assim também tem a torta de Ostra também criada por dona Irene.

Em seu restaurante quem faz história é a ostra, é o carro chefe do restaurante.


 FESTAS TRADICIONAIS

A festa tradicional da comunidade, é a festa de Santo Antônio, a mesma teve seu inicio a há muitos anos atrais, quando a comunidade se formou e deram inicio assim ao processo de evangelização, com a ida do padre para a comunidade.

O padroeiro da comunidade do Mandira é Santo Antônio, que foi carinhosamente escolhido para esse papel.

Então os membros da comunidade começaram então a festejar o dia 13 de junho (DIA DE SANTO ANTÔNIO).

A festa antigamente era bem diferente de como está nos tempos atuais, antigamente não visavam o lucro nem o comércio, era simplesmente um momento para homenagear o Santo, onde os membros do quilombo se juntavam em comunhão com as comunidades convidadas, e faziam assim uma grande confraternização.

Os moradores do Mandira se preparavam o ano todo para trazer no dia da festa um pouco do que produziam e formar assim um grande banquete para todos os presentes.


 Todos comiam e em seguida era feita a oração, que é tradicionalmente o terço cantado (oração bem antiga e tradicional da comunidade).

Após a parte religiosa, todos iam para o fandango e viravam a noite dançando.

Hoje em dia é uma festa bem animada, fazem quermesse, bingo e a parte recreativa com os torneios. E ainda arrecadam fundos para manter a igreja da comunidade.

A festa de Santo Antônio tem mais de 250 anos de existência, segundo Sidnei Coutinho, a comunidade tem uma imagem de Santo Antônio de madeira, que segundo ele são peças super antigas e acompanham a comunidade desde os primórdios.

A tradição do terço cantado, vem desde muito antes da ida dos padres para a comunidade.

Os negros antigos começaram a fazer o terço com a figura de um capelão do terço


Capelão (pessoa que conduzia a oração).

É uma tradição bem antiga, que o Quilombo do Mandira tem viva até os tempos de hoje.

Hoje em dia a comunidade tem um DVD e um livro com as musicas e cantos dessas orações que compõem o terço cantado, gravadas e escritas através de parcerias.


 FESTA DA OSTRA:

 A festa não vem de antigamente, mas é uma alternativa que os membros da comunidade acharam para levar as pessoas para conhecer a comunidade, e ver/usufruir de tudo o que ela tem a oferecer.

Então eles criaram a festa da ostra como um meio para venderem seus produtos, divulgar seus trabalhos, etc.

A primeira festa foi no ano de 2007 com o intuito de divulgar os pratos que eles desenvolveram com os ingredientes que eles mesmo cultivam.

A festa começou bem pequena, na questão de infraestrutura, a comunidade não tinha apoio do poder publico municipal para desenvolver as atividades, então os membros corriam atrás de parcerias, com empreendedores do comércio local para conseguir dar o mínimo de conforto para os visitantes.

E com o passar dos anos o apoio foi diminuindo, a festa foi necessitando de estruturas de grande porte, e os membros da comunidade não estavam conseguindo apoio para tal.

Foi assim que a festa da ostra se findou, sua ultima edição foi no ano de 2011.

 Essa foi a motivação que fez com que o Silnei e o seu Chico abrissem o RestauBar Ostra e Cataia, pois os fregueses ficaram encantados com a beleza natural do local e com a comida servida a eles, e sempre perguntavam, porém eles ainda não tinham um espaço físico para atender os clientes, pois trabalhavam nas festas da comunidade, e assim abriram o tão famoso RestauBar do Mandira.

O Fandango Caiçara

                     O fandango faz parte da vivência e do cotidiano do povo caiçara, faz parte da vida social das comunidades ribeirinhas de todo o litoral de São Paulo e também do Paraná.

É uma expressão cultural que envolve música, tocada com violas e rabecas; dança em pares e em roda, e também é muito  comum  a presença sonora do sapateado feito com tamancos; e ainda traz em sua essência o improviso de versos que diverte a todos os espectadores.

Sua prática é associada a diversão e socialização, em bailes ofertados como retribuição a mutirões de trabalho, em festas religiosas, no carnaval etc.

Até os anos de 1960, era mais comum no ambiente familiar e comunitário dos sítios.

Desde então a pratica se expandiu e se tornou mais intensa a partir do final da década de 1990, assim formaram-se muitos grupos de fandango que  se  apresentam também em clubes urbanos e participam dos circuitos de cultura, entre outros eventos culturais.

A organização de grupos pode ser pensada como um anseio dos próprios fandangueiros, por vezes com incentivo de pesquisadores e agentes culturais, em salvaguardar aspectos do modo de vida tradicional caiçara.

O Fandango Caiçara - entrevista

 Perguntas

Nome completo? CELSO EDEMUNDO XAVIER

Como iniciou na cultura do fandango? Iniciou com 15 anos, sempre teve essa vontade de aprender, o pai era mestre fandangueiro, participava dos mutirões que sempre terminavam com fandango, e, naquela época, sem mutirão não tinha fandango, aprendeu a tocar e fazer os instrumentos com os mestres fandangueiros, e hoje em dia já fazem quase 40 anos que é fandangueiro. Os mutirões que terminavam em fandango geralmente estavam ligados a varação de canoas e o plantio e colheita das roças.

Como é chamado o nome das músicas de fandango? São chamadas de modas, toadas ou versos

Quantos integrantes tem um grupo de fandango caiçara? Não existe um mínimo ou máximo de integrantes para se tocar fandango, tem pessoas que tocam em dupla, trio, grupos de 4, 5 ou mais pessoas.

Quem são os mestres? Os mestres são aqueles que têm o conhecimento sobre o saber-fazer da cultura do fandango, na sua época, seus mestres foram  Benedito Pontes, Armando Davi e  José Xavier.

Quais são os instrumentos do fandango ? No tempo dele, eram usados a Viola, rabeca, adufo/pandeiro, caixa de folia, colher, mas nos dias de hoje as pessoas estão mesclando com outros instrumentos que não são necessariamente tradicionais.

Qual o instrumento que geralmente o mestre toca? Geralmente o mestre toca a viola,

De que tipo de madeira são feitos os instrumentos? Geralmente são feitos de caxeta ou cedro. 


Projeto “O Registro da Cultura Caiçara pelos Olhos da Juventude” realiza live neste sábado, dia 04 de dezembro

  Live de finalização do Projeto será transmitida ao vivo pela página do  facebook do Projeto O Projeto “O Registro da Cultura Caiçara pel...