Q U I L O M B O
GASTRONOMIA - PRATO TÍPICO
Todo
prato típico tem um segredo, no prato Mandirano não é diferente, segundo dona Irene Candida Mandira Coutinho
no prato Mandirano
o toque especial é a cebola, o alho, o cheiro verde e em especial
a favaquinha.
Alfavaca = favaquinha
Favaquinha é uma erva tradicional da comunidade que os próprios moradores cultivam.
Segundo
ela, o principal segredo é fazer a comida com
muito amor.
O palmito
pupunha, também utilizado
no prato Mandirano é também cultivado no próprio quilombo, eles cortam, preparam
e servem.
O prato
Mandirano vem desde
o começo do restaurante, e todos os clientes gostam bastante desse prato e também da farofa de ostra.
Antigamente
os ancestrais de Dona Irene iam para o mangue
e não tinham muitos recursos e nem maneiras
de transportar as suas refeições para lá.
Então eles levavam a farinha para o mangue
e pegavam a ostra,
faziam uma espécie de fogueira, assavam a ostra, misturavam a farinha
e comiam.
Ao
montar o restaurante, dona Irene se inspirou nas histórias do seus ancestrais e
criou a tão amada farofa de ostra,
com todos os seus toques especiais, é uma receita inspirada em seus
antepassados.
No
cardápio do restaurante tem também o pastel de
ostra, que é um prato muito famoso na região, turistas saem de suas cidades
para experimentar o tão famoso.
Esse
quitute foi criado por dona Irene e sua colega
chamada Adriana.
A demanda
do pastel de ostra se deu através
da Festa da Ostra, onde elas precisavam criar receitas para
vender na festa.
E assim
também tem a torta de Ostra também
criada por dona Irene.
Em seu restaurante quem
faz história é a ostra,
é o carro chefe do restaurante.
FESTAS TRADICIONAIS
A
festa tradicional da comunidade, é a festa de Santo Antônio, a mesma teve seu
inicio a há muitos anos atrais, quando
a comunidade se formou e deram inicio assim ao
processo de evangelização, com a ida do padre para a comunidade.
O padroeiro da comunidade do Mandira é Santo
Antônio, que foi carinhosamente escolhido para esse papel.
Então
os membros da comunidade começaram então a festejar o dia 13 de junho (DIA DE SANTO
ANTÔNIO).
A
festa antigamente era bem diferente de como está
nos tempos atuais,
antigamente não visavam o lucro nem o comércio, era simplesmente um momento para homenagear o Santo, onde
os membros do quilombo se juntavam em comunhão com as comunidades convidadas, e faziam assim uma grande confraternização.
Os
moradores do Mandira se preparavam o ano todo
para trazer no dia da festa um pouco do que produziam e formar assim um grande banquete para todos os presentes.
Todos
comiam e em seguida era feita a oração, que é
tradicionalmente o terço cantado (oração bem antiga e tradicional da comunidade).
Após
a parte religiosa, todos iam para o fandango e
viravam a noite
dançando.
Hoje em dia é uma festa bem animada,
fazem quermesse, bingo e a parte recreativa com os torneios. E ainda arrecadam
fundos para manter a igreja da comunidade.
A festa de Santo Antônio tem mais de 250
anos de existência, segundo Sidnei Coutinho, a comunidade
tem uma imagem de Santo Antônio de
madeira, que segundo ele são peças super antigas e acompanham a comunidade desde
os primórdios.
A
tradição do terço cantado, vem desde muito antes da ida dos padres
para a comunidade.
Os
negros antigos começaram a fazer o terço com a
figura de um capelão do terço
Capelão (pessoa
que conduzia a oração).
É uma tradição bem antiga, que o Quilombo
do Mandira tem viva até os tempos
de hoje.
Hoje em dia a comunidade tem um DVD e um livro com as
musicas e cantos dessas orações que
compõem o terço cantado, gravadas
e escritas através
de parcerias.
FESTA DA OSTRA:
A festa não vem de antigamente, mas é uma alternativa que os membros da comunidade acharam para
levar as pessoas para conhecer a comunidade, e ver/usufruir de tudo o que ela
tem a oferecer.
Então
eles criaram a festa da ostra como um meio para venderem seus produtos, divulgar
seus trabalhos, etc.
A
primeira festa foi no ano de 2007 com o intuito de divulgar
os pratos que eles desenvolveram com os ingredientes que eles mesmo
cultivam.
A festa começou bem pequena, na questão de infraestrutura,
a comunidade não tinha apoio do poder publico municipal para desenvolver as atividades, então
os membros corriam
atrás de parcerias, com empreendedores do comércio local
para conseguir dar o mínimo
de conforto para
os visitantes.
E com o passar dos anos o apoio foi diminuindo, a festa foi necessitando de estruturas de grande
porte, e os membros da comunidade não estavam conseguindo apoio para tal.
Foi
assim que a festa da ostra se findou, sua ultima edição foi no ano de 2011.
Essa
foi a motivação que fez com que o Silnei e o seu Chico abrissem o RestauBar Ostra e Cataia, pois os fregueses ficaram encantados com a beleza
natural do local e com a comida servida
a eles, e sempre perguntavam, porém eles ainda não tinham
um espaço físico para atender os clientes, pois só trabalhavam nas festas da
comunidade, e assim abriram o tão famoso RestauBar do Mandira.